Mulher que envenenou bolo é assassina em série, afirma polícia
Por Charles Manga
A delegada Sabrina Deffente, que conduz as investigações sobre o caso do bolo envenenado com arsênio no Rio Grande do Sul, afirmou estar convencida de que a suspeita, Deise Moura dos Anjos, é uma assassina em série. Segundo a delegada, Deise teria envenenado outras pessoas próximas à sua família, sem ser descoberta “por um longo período”.
“Há fortes indícios de que ela tenha provocado outros envenenamentos de pessoas próximas à família. Não temos dúvida de que era uma pessoa que praticava homicídios em série. Ela não foi descoberta durante muito tempo e apagava as provas que pudessem levar até ela”, declarou.
Sabrina relatou que, após o assassinato do sogro, em setembro, Deise tentou “de todas as maneiras” realizar a cremação do corpo. No entanto, o cadáver foi enterrado em setembro e, mais tarde, exumado para exames que detectaram arsênio no organismo da vítima. A substância encontrada é a mesma que foi utilizada no bolo envenenado que causou a morte de outros três familiares durante uma confraternização de Natal em dezembro do ano passado.
“A senhora Deise é tão dissimulada que, mesmo não tendo uma relação boa com a família do esposo, logo após adquirir o arsênio, ela dizia que estava com saudade da sogra, que queria ver ela, queria ficar com ela, quando ela iria aparecer”, relatou a delegada.
As vítimas de Deise incluem as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos, Maida Berenice Flores da Silva, de 59, a filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 47, e o sogro de Deise, Paulo Luiz dos Anjos.
Segundo as autoridades, algumas das motivações para os assassinatos teriam origem em uma antiga desavença familiar de mais de 20 anos com sua sogra, Zeli dos Anjos, e com a prima de seu marido, Tatiana Denize Silva dos Santos. Ambas as razões são vistas como fúteis, o que levou a polícia a concluir que Deise “é claramente uma pessoa doente.”
A rixa com Zeli teria começado há 20 anos, quando a sogra retirou R$ 600 da conta de Deise e devolveu o valor no dia seguinte. No caso de Tatiana, o conflito surgiu porque a parente escolheu casar-se na mesma igreja onde Deise planejava realizar sua cerimônia.
O subchefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, delegado Heraldo Guerreiro, afirmou que Deise “provavelmente não será liberada da prisão nesta vida”.