Tristeza de fim de ano: psicólogo explica como evitar sentimentos negativos nesta época

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Por Charles Manga
Com a chegada do fibal do ano, muitas pessoas são tomadas por um misto de emoções. As festas de fim de ano, geralmente associadas a momentos de celebração e alegria, podem ser fonte de angústia para outras. Esse fenômeno é conhecido popularmente como “Dezembrite” e se refere à tristeza e melancolia que afloram durante essa época. Embora o termo não seja reconhecido como uma condição clínica pela psicologia, ele se tornou amplamente discutido devido à frequência com que os sintomas aparecem. De acordo com o Psicólogo Filipe Colombini, CEO da Equipe AT, as comemorações de final de ano podem trazer à tona questões emocionais que, durante o resto do ano, muitas vezes são deixadas de lado.

“As comemorações deste período podem ser ‘tristes’ para aqueles que não têm mais por perto seus entes queridos e trazem à tona uma sensação de encerramento de ciclos, onde todos podem ter pendências e situações mal resolvidas”, explica Colombini. Além disso, a sobrecarga de compromissos, expectativas irrealistas e o uso intenso das redes sociais também contribuem para o aumento de casos de depressão sazonal. “O uso exacerbado das redes sociais leva as pessoas a fazerem muitas comparações com a vida alheia, o que também intensifica a depressão sazonal”, destaca o especialista.
A pressão das festas e o impacto na saúde mental. O período festivo é caracterizado por uma forte imposição cultural de celebração e positividade. Isso pode ser especialmente desafiador para quem enfrenta perdas recentes, dificuldades financeiras ou problemas de saúde. A cultura de consumo também desempenha um papel importante. “A imposição de positividade a todo custo durante esse período pode gerar situações de desconforto e intensificar sentimentos negativos, tornando mais difícil lidar com emoções autênticas”, afirma Colombini. Segundo uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association, cerca de 80% das pessoas relatam aumento de estresse. Entre os principais fatores apontados estão o excesso de tarefas, o ritmo acelerado no trabalho, as férias escolares e as projeções para o próximo ano.
Para muitos, o peso dessas responsabilidades se soma ao desgaste emocional causado por reflexões sobre o que foi realizado (ou não) durante o ano. Dicas para enfrentar o período com serenidade. Para ajudar a navegar por esse turbilhão de emoções, Filipe Colombini sugere algumas estratégias práticas que podem ser incorporadas à rotina. Esses passos visam minimizar o impacto dos sentimentos negativos e promover um maior equilíbrio emocional. A reflexão interna é uma ferramenta essencial para entender os próprios sentimentos e identificar os gatilhos que podem provocar tristeza ou ansiedade. “Conhecer-se profundamente possibilita a identificação de estratégias personalizadas para enfrentar as adversidades”, afirma o psicólogo. Reservar um momento para meditar, escrever em um diário ou conversar com alguém de confiança pode ser um bom ponto de partida.

O gerenciamento consciente das emoções é uma habilidade que pode ser desenvolvida para lidar melhor com situações de pressão. Colombini sugere cultivar o autocontrole para evitar respostas impulsivas. Isso pode significar respirar profundamente antes de responder a um comentário indesejado ou estabelecer limites claros sobre o que você está disposto a fazer. Tomar decisões alinhadas aos próprios valores. Muitas vezes, as pessoas sentem-se pressionadas a participar de todas as festas ou seguir tradições familiares que podem não trazer mais alegria ou significado. Colombini recomenda que cada pessoa escolha atividades e compromissos que estejam em sintonia com seus valores e prioridades pessoais. “Mesmo que isso implique em recusar certas demandas sociais, priorizar o próprio bem-estar é fundamental” Por que o final do ano pode ser desafiador? final do ano marca um encerramento simbólico de ciclos, o que pode gerar sentimentos de culpa ou arrependimento em relação a metas não alcançadas.
Além disso, a ausência de entes queridos, especialmente para aqueles que sofreram perdas recentes, é um dos principais fatores que intensificam a melancolia dessa época. A idealização social do Natal e do Ano Novo, muitas vezes reforçada por comerciais e postagens em redes sociais, também cria uma sensação de inadequação. A comparação com a vida alheia  normalmente mostrada em sua versão mais “perfeita”  amplifica sentimentos de insatisfação. Para pessoas que já estão emocionalmente fragilizadas, essa discrepância entre a realidade e as expectativas pode ser ainda mais prejudicial. A importância de buscar ajuda profissional Sentimentos de tristeza e melancolia ocasionais são normais, especialmente durante momentos emocionalmente significativos. No entanto, se esses sentimentos persistirem ou se transformarem em algo mais intenso, é importante buscar ajuda profissional e terapeutas estão capacitados para oferecer suporte emocional e ajudar a desenvolver ferramentas para lidar com essas emoções. Colombini, que é especialista em orientação parental e atendimento a crianças, jovens e adultos, destaca que, embora o final de ano seja um período desafiador para muitos, ele também pode ser uma oportunidade para reflexão e crescimento pessoal.
“Ao invés de focar apenas no que não foi conquistado, é importante valorizar as pequenas vitórias e os momentos de aprendizado ao longo do ano”, sugere. Construindo novas tradições e redefinindo expectativas Para aqueles que não encontram alegria nas tradições de final de ano, uma alternativa é criar novos rituais que sejam mais significativos. Isso pode incluir um momento de voluntariado, um jantar tranquilo em casa ou até mesmo uma viagem para um lugar especial. O importante é que essas escolhas reflitam os valores e desejos de cada pessoa, e não sejam feitas apenas para atender às expectativas sociais. Além disso, redefinir o conceito de “sucesso” e “felicidade” para o período pode ajudar a aliviar a pressão. Em vez de se concentrar em grandes gestos ou realizações, valorizar os momentos simples como passar tempo com amigos próximos ou cuidar de si mesmo  pode ser mais recompensador.
Seja uma época que pode trazer desafios emocionais, ele também oferece a oportunidade de reavaliar prioridades, fortalecer conexões significativas e planejar um futuro mais alinhado com os próprios valores. Incorporar práticas como autoconhecimento, autocontrole e escolhas conscientes é um caminho para enfrentar esse período com mais tranquilidade e bem-estar. Ao final, a mensagem é clara: não se deixe levar pelas expectativas irreais e pela pressão social. Encontre sua própria maneira de celebrar  ou até mesmo de não celebrar  e permita-se sentir de forma autêntica. Afinal, o fim do ano não precisa ser perfeito, mas sim significativo.
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